Nesta entressafra do início de novembro à Black Friday, fiquei refletindo o quanto a cultura norte-americana tem facilidade e portas abertas para chegar ao Brasil, acomodar-se, ocupar espaço e conquistar a nossa gente.
Para comprovar, estão aí o próprio Dia das Bruxas, a Black Friday, o Papai Noel da Coca-Cola, a NBA – liga nacional de basquete de lá que tem uma legião de torcedores aqui, no país do futebol. Até aquele futebol em que se usa mais as mãos que os pés está ganhando algum espaço nos nossos campos, com equipes brasileiras se esforçando para criar “nomes de trás pra frente”, seguindo obedientemente a estrutura gramatical do inglês.
Bom, mas este é um espaço para falar sobre food service (olha outro conceito importado aí, sem tradução, e já tão incorporado ao nosso business (!!) quanto marketing, internet e demais “corporation languages”).
E, dentro do food service, quero chamar sua atenção para uma realidade, profundamente consolidada na tradição alimentar dos norte-americanos, já presente aqui no Brasil, mas que vem ganhando força e cada vez mais espaço nos fast-foods das praças de alimentação, nos corredores de bares e restaurantes das nossas cidades e nos inúmeros festivais gastronômicos, temáticos e sazonais.
Estou falando do frango frito! Aquele frango vendido em pedaços ou desconstruído e empanado para ser chamado de nugget. Lembrou do frango no balde? Eu também. Mas ele é servido também outras diversas e criativas variações.
O frango frito, sequinho, aromático, crocante, acompanhado de molhos, adaptou-se com muita facilidade ao paladar brasileiro, que sempre busca nas refeições exatamente isto: crocância, aroma, sabor e harmonização ilimitada com molhos e condimentos.
E aí entra nossa criatividade na cozinha, essa sim, 100% nacional. Quer testar? Compare um hot-dog nova-iorquino com um vendido nas ruas de São Paulo. Ou os hambúrgueres do “rei” e do “palhaço” com o x-tudo (tudo mesmo!) do trailer aí do seu bairro.
Quanto de frango se consome no Brasil e no mundo?
Se puxarmos a referência a partir do consumidor final, temos em dados atuais o número aproximado de 41 kg de frango por pessoa/ano no Brasil. O levantamento é da Farsul – Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul.
Esse consumo vem numa crescente mais acentuada desde 2020, quando outras fontes de proteína, principalmente a carne de boi, sofreram uma forte alta nos preços. O que houve, então, nos anos recentes foi uma migração da carne de frango para os outros dias da semana, ocupando o sagrado lugar do bife de boi acebolado e até da bisteca suína.
Porém, quando se enquadra o frango frito como tipologia em um portfólio de food service, a notícia que tenho não é tão otimista: houve sim, um crescimento, uma ocupação de espaço nas mesas e nos cardápios, mas hoje esse insumo vem se estagnando. Minha percepção: a volta das refeições fora de casa após a Covid e o lockdown e projeção de queda nos preços da carne de boi. Ou seja, houve um boom no consumo de frango, que agora se estabilizou.
Por que frango frito, Jean?
“Mas então Jean, se há várias opções de preparo, por que devo investir unicamente na versão frita do frango?”
Uma ótima pergunta merece resposta idem: por uma questão que abordei lá no início, que é a cultura!
Você terá muito mais possibilidade de sucesso importando um conceito culinário campeão de vendas no maior mercado do planeta do que apostando em um catálogo diversificado de preparos, que exigirá uma enorme força de operação, marketing e logística.
E a resposta aqui vale para toda a cadeia. Até porque, se o operador/transformador abraçar essa ideia, você, da indústria, e você, distribuidor, terão que abraçar também. Parece óbvio, não é?! Mas muita gente contrata minha consultoria exatamente para confirmar o óbvio. É assim mesmo.
Então, vamos falar de números? Veja um comparativo de investimento nas principais franquias quando se fala de frango frito:
Mas nem só de franquias vive o food service de frango frito. De acordo com a Driva – Inteligência de Mercado, 1.271 estabelecimentos fazem parte de redes e 4.595 são operadores independentes. Esses números mostram que há muitos empreendedores de alimentação fora do lar apostando no frango frito, e a maioria (4x vezes mais) não busca a relativa segurança de uma bandeira já consagrada, testada e experimentada, caso das franquias multinacionais.
Como você viu, investir na tipologia do frango frito/chicken para abastecer estabelecimentos que têm o produto como carro-chefe pode ser um ótimo negócio, ainda mais de você souber explorar o aspecto cultural do negócio, em vez de enxergar apenas uma tendência.
O que você precisa neste ponto é de uma orientação aprofundada, com análises, métricas, testes e pesquisas de campo. E eu, juntamente com a equipe da J.Pontara, tenho as diretrizes que você está procurando para investir com segurança. Vamos conversar?
JEAN PONTARA é um dos maiores especialistas em Vendas ao Food Service de todo o Brasil. Há 18 anos, ele tem criado estratégias, implantado projetos e formado equipes para Distribuidores, Atacadistas, Indústrias, Cash&Carry, Fabricantes de Equipamentos, Empresas de Tecnologia e Fundos de Investimentos, com uma experiência ímpar na área.