COMO A CULTURA DO HAPPY HOUR PASSOU POR MUDANÇAS NOS ÚLTIMOS ANOS

COMO A CULTURA DO HAPPY HOUR PASSOU POR MUDANÇAS NOS ÚLTIMOS ANOS

A sexta-feira sempre foi o “dia oficial” do happy hour. O motivo é óbvio. O fato de preceder o fim de semana, geralmente um período de folga, permite que as pessoas fiquem mais à vontade e alonguem a “hora feliz”, muitas vezes madrugada adentro.

No entanto, outros dias da semana passaram a ser contemplados com o “vamos tomar uma hoje após o expediente?!” Há quem diga que essa “dissidência” é fruto dos novos hábitos adotados no pós-pandemia. Frequentar bares em dias atípicos seria uma forma de evitar as aglomerações das tardes/noites das sextas. Faz sentido? Penso que sim.

Eu sempre trago em meus textos uma contextualização social, econômica ou histórica sobre os temas abordados aqui. E com o assunto que escolhi para hoje não tinha como fazer diferente. O happy hour é mais uma daquelas expressões que tem sua origem perdida no tempo e entre várias versões.

Uma delas faz referência ao icônico navio Titanic e diz que a expressão foi usada por um garçom que insistia em servir bebidas mesmo com o transatlântico afundando. Já outra versão conta que happy hour era o nome dado aos momentos de folga dos marinheiros norte-americanos durante a Primeira Guerra Mundial.

E essa mistura de lendas e fatos foi alimentando a expressão com o passar dos anos, ganhou força durante a Lei Seca nos EUA, até ser apropriada pela publicidade e pelo marketing nos anos 1960. Daí para se tornar hábito e tradição, foi fácil. Hoje, o happy hour é um fortíssimo elemento cultural incorporado à rotina profissional de qualquer trabalhador planeta afora.

No Brasil, seja tomando um Negroni na Avenida Faria Lima, em São Paulo, seja dividindo um latão de cerveja em um boteco na periferia, o certo é que o evento do happy hour é sinônimo de relaxamento e congraçamento depois de um dia de trabalho. Do ponto de vista do food service, não é um momento de refeição, mas de recreação.

Sextou? Nem sempre!

A sexta-feira sempre foi o “dia oficial” do happy hour. O motivo é óbvio. O fato de preceder o fim de semana, geralmente um período de folga, permite que as pessoas fiquem mais à vontade e alonguem a “hora feliz”, muitas vezes madrugada adentro.

No entanto, outros dias da semana passaram a ser contemplados com o “vamos tomar uma hoje após o expediente?!” Há quem diga que essa “dissidência” é fruto dos novos hábitos adotados no pós-pandemia. Frequentar bares em dias atípicos seria uma forma de evitar as aglomerações das tardes/noites das sextas. Faz sentido? Penso que sim.

Tendências pós-Covid x home office

Nos EUA, mercado que historicamente dita tendências globais de consumo, o tráfego nos restaurantes entre 16h e 19h aumentou generalizadamente no segundo trimestre em comparação com o mesmo período do ano passado.

A informação é da InMarket, instituto que utiliza dados de localização como métrica e que apontou ainda “um aumento de 9% durante a semana e 13% nos fins de semana em restaurantes casuais e um salto de 20% durante a semana e 25% nos fins de semana em conceitos de serviço limitado”.

Um dos fenômenos que explicam esse crescimento, e a consequente horizontalidade no calendário semanal, é o retorno ao trabalho presencial, especialmente após experiências não tão positivas – e pouco produtivas – de permissão ao home office integral ou ao trabalho híbrido eventual.

No início de 2023, por exemplo, o presidente da Abrasel, Paulo Solmucci, chegou a alertar sobre o prejuízo causado ao setor por causa do “sumiço” dos clientes que iam das empresas diretamente para os bares curtir o happy hour“O dia mais forte da semana era sexta-feira. Era o dia da indulgência, com almoço mais caro e happy hour. Esse dia caiu para metade do que era antes. Foi de estrela da semana para patinho feio. Em regiões com muitas empresas, a situação é de terra arrasada”.

No entanto, a retomada de força do trabalho in loco no segundo semestre trouxe de volta o fôlego para empreendedores de bares e similares. E, juntamente com o presencial, voltaram também a memória do pertencimento, os encontros com a turma da empresa, os momentos de afrouxar a gravata e abrir um sorriso, de acolher um abraço e pedir um chopp, de contar as novidades do corredor do café e de “cobrar metas” dos colegas em tom de humor.

Se esses momentos instagramáveis entre colegas de trabalho fizeram falta para eles, imagine para o setor (e o faturamento) de bares e restaurantes. A boa nova é que estes foram favorecidos também pelo novo posicionamento do happy hour, como apontei acima, que vem migrando da sexta para outros dias da semana, principalmente as quintas-feiras, e muitas vezes começando antes das 18h.

Essa “semanização” do happy hour, que tem tudo para se tornar também uma marca cultural, precisa ser aproveitada ao máximo pelo empreendedor do segmento de alimentação fora do lar. É a grande oportunidade de se recuperar do prejuízo dos tempos de lockdown.

“Como faço para explorar (e estimular) o happy hour no meu estabelecimento?”

Eu ouço a pergunta acima sempre que visito bares e restaurantes durante os treinamentos que desenvolvo pela J.Pontara. Então, quero adiantar aqui algumas dicas preliminares que vi na revista Bares&Restaurantes:

⦁ Ofereça uma seleção de bebidas especiais.

⦁ Crie uma atmosfera animada: use música ao vivo, iluminação adequada e decoração temática para criar um ambiente descontraído e divertido.

⦁ Tenha opções vegetarianas e veganas em seu cardápio: na última pesquisa Ibope sobre o assunto, realizada em 2018, aponta que cerca de 30 milhões de brasileiros são vegetarianos. Portanto, ofereça opções para atender a essa demanda.

⦁ Utilize as mídias sociais para promover o seu bar.

⦁ Ofereça promoções e descontos especiais em bebidas e comida durante o happy hour.

Sem dúvidas, as dicas da revista são ótimas, até por terem sido elaboradas por quem vive o dia a dia do setor de bares e restaurantes. Porém, cada CASA é um CASO!

Como consultor para o food service, há quase 20 anos atendendo a indústrias, distribuidores, atacarejos e cash&carry, o caminho que aponto para esses fornecedores do segmento aproveitarem a retomada do happy hour é:

⦁ Alinhem com seu cliente bar/restaurante estratégias exclusivas para o horário, incluindo a logística de entrega

⦁ Criem linhas de produtos já porcionados, customizados e, se possível, personalizados

⦁ Pensem em um cardápio específico para o happy hour

⦁ Elaborem, juntos, ações de merchandising e promoções para dias (ainda) atípicos

Aqui, na J.Pontara, temos muita expertise para ajudar você a pensar junto com o operador e consolidar a semanização do happy hour. Venha conversar comigo!


JEAN PONTARA é um dos maiores especialistas em Vendas ao Food Service de todo o Brasil. Há 18 anos, ele tem criado estratégias, implantado projetos e formado equipes para Distribuidores, Atacadistas, Indústrias, Cash&Carry, Fabricantes de Equipamentos, Empresas de Tecnologia e Fundos de Investimentos, com uma experiência ímpar na área.

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