Em artigo recente, falei sobre o emprego da tecnologia (e seus limites) em bares e restaurantes. No texto de hoje quero trazer a sua visão para o emprego da Inteligência Artificial na indústria e nos distribuidores que abastecem o food service.
Esses dois atores do segmento são pioneiros no uso de tecnologia. A indústria nem se fala. Com um maquinário cada vez mais avançado para processar, porcionar, envazar e embalar alimentos, as fabricantes de alimentos ditam tendências e evoluem na velocidade da concorrência.
Já os distribuidores recorrem a sofisticados programas de logística para reduzir custos e otimizar suas entregas. Nessa área, a entrega D1 e até D0 são hoje uma realidade.
Porém, quando falamos de Inteligência Artificial, estamos falando muito além da automação de processos e métodos. A I.A, abreviatura consagrada em signo e significado, sai do chão de fábrica e das salas de controle para entrar na gestão, no pensamento estratégico, na proposição de variáveis e mais, na avaliação, correção e aplicação dessas variáveis.
Mas é preciso focar um detalhe: a Inteligência Artificial, assim como a nossa, precisa ser alimentada para existir e operar. Alimentada com dados e informações fornecidos por humanos e sistemas digitais em um processo conhecido por deep learning, que é um passo adiante do machine learning, ou aprendizado de máquina.
A diferença crucial entre uma I.A bem alimentada e a inteligência humana está na capacidade de processamento e cruzamento de informações num intervalo de tempo que o cérebro do homo sapiens jamais vai alcançar (talvez seja precipitado dizer “jamais”, mas que fique assim).
A Inteligência Artificial em números
Um artigo publicado recentemente no site da agência Conversion traz o gigantismo da I.A em números e valores. Veja isto:
⦁ O mercado global de I.A deve atingir mais de meio trilhão de dólares até 2024, com projeção de chegar a US$ 1,5 trilhão até 2030
⦁ A Inteligência Artificial tem o potencial de gerar crescimento econômico de até US$ 13 trilhões até 2030
⦁ A implantação de I.A pode aumentar a produtividade em até 40%
⦁ A adoção de I.A em aplicativos corporativos deve aumentar para 75% até 2025
⦁ Projeta-se que a I.A vai gerar cerca de 58 milhões de empregos em todo o mundo até 2025, entrando nessa conta a compensação de vagas eliminadas por aquelas criadas pela nova realidade
⦁ O mercado de inteligência artificial empresarial foi avaliado em US$ 16,81 bilhões em 2022 e deve atingir US$ 102,9 bilhões em 2030, ou seja, daqui a apenas sete anos
Para onde caminha o food service com a I.A?
No meu dia a dia como consultor de food service, tenho percebido claramente a entrada da I.A nos processos de decisão das altas cúpulas das empresas que atendo. Ainda não encontrei robôs sentados nas mesas de reunião, mas é possível ver a presença da Inteligência Artificial nos seguintes momentos:
⦁ na avaliação mais assertiva do mercado, com cruzamentos de dados e variáveis em níveis cada vez mais profundos e qualitativos
⦁ na definição de estratégias (com maior probabilidade de acerto e menos correções de rota)
⦁ na projeção mais segura de resultados em prazos mais longos
⦁ no aprendizado de gestores e equipes
⦁ na comunicação com clientes, não apenas antecipando pedidos, mas sugerindo novos insumos com base em métricas e históricos de compras
Ou seja, como suporte à administração interna, à atuação no mercado e ao relacionamento com clientes, a I.A se sai muito bem. No entanto, ela AINDA não dispensa o fator humano, principalmente nos casos que demandam sensibilidade e feeling , como inovação e criatividade.
Assim como o ChatGPT é capaz de entregar um texto narrativo ou descritivo, mas dificilmente um poema que acalme a alma, no ambiente corporativo o olhar humano ainda será, acredito, o diferencial de qualquer negócio.
E você? Como enxerga a entrada e a presença da I.A na gestão do seu negócio? Comente aqui para prosseguirmos e aprofundarmos na urgência desse tema.
JEAN PONTARA é um dos maiores especialistas em Vendas ao Food Service de todo o Brasil. Há 18 anos, ele tem criado estratégias, implantado projetos e formado equipes para Distribuidores, Atacadistas, Indústrias, Cash&Carry, Fabricantes de Equipamentos, Empresas de Tecnologia e Fundos de Investimentos, com uma experiência ímpar na área.